terça-feira, dezembro 07, 2010

1 ano

Lá estava eu, decidida, com medo do improvável, não por mim, mas pela minha mãe que tinha ficado no quarto aflita achando que a filha estava se arriscando demais por uma “bobagem”.

Entrei naquela sala, sentei, deitei na cama estreita, estiquei os braços e dormi.

Quando acordei já me senti diferente, horas depois vejo minha mãe com a cara menos tensa, caminhei...

Dali minha vida melhorou, a cada passo, a cada lance de escada, a cada olhada no espelho aprendi a me aceitar mais, de alguma forma eu me via de uma maneira melhor, mais aceitável, menos dura pelas auto-críticas, com medo dos julgamentos, mas sem nenhum arrependimento.

Os medos, os traumas, receios... sempre os mesmos, mas a confiança infinitamente melhor. Para o alto e além, meu bem... hahahaha

Rejeições, desencantos, caras quebradas... as mesmas frustrações, mas uma confiança que ainda não tinha experimentado.

Dias tortos, errados, melancolia, tristeza e por horas os resquícios de uma depressão que ainda não foi curada e talvez nunca seja, mas entrelinhas há esperança, alternativas que nunca tinha experimentado.

Um ano, e a mesma pessoa... mas com expectativas, com aquilo que chamo de ponta de auto-estima, com o que chamo de esperança. Não sei dizer exatamente esperança em que, mas ela existe e é tocável. Quem sabe nos próximos anos ou até dias eu descubra, mas só o fato de sentir me move.

E vamos... 365 dias aprendizado.

É como as meninas dizem, renascer... uma borboleta, uma transformação.... por maior que o clichê pareça, quem passa por isso aceita as palavras, uma transformação, dura, difícil, fácil de ser julgada e mal interpretada, mas ainda uma transformação.

Não me arrependo de absolutamente nada.

São 35kg a menos, sou a MESMA pessoa, só que com vontade de me aceitar.

Minha mãe não acha mais isso tudo uma bobagem.

Amanhã fotos...

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Cabelo e Gastroplastia

Mais uma vez vou dizer que esse blog não tem a menor intenção de motivar ou desmotivar uma cirurgia. Venho relatar pontos que tive curiosidade antes e depois de operar e espero que minha experiência sirva para pessoas refletirem sobre todo o processo.

Um dos temas que realmente me deram um susto foi a perda de cabelo.

Mulher dá muito valor as cabeleira, eu pelo menos eu dou, reflete não só o estilo, mas até mesmo a segurança, estima...

Em todas minhas crises existenciais, vazias ou entupidas de sentimentos eu mudei o cabelo. Toda mudança brusca na minha vida me fez pinta, alisar, enrolar, desistir, cortar. Enfim mudar o cabelo. É até certo ponto um porto seguro.

Não tenho o cabelo perfeito, é até muito sem graça, mas cabelo é cabelo e ele não engorda. Quando as mulheres são gordinhas se apega a qualquer parte do corpo que não exija um tamanho P para ser confortavelmente aceita pelos outros e por si. È assim como o cabelo, com as unhas, com os pés..... ahhhh os sapatos. Na altura dos meus 100kg lá estava eu comprando pares e pares de sapatos. Hoje posso sair e comprar um jeans que tenha minha numeração.

Mas voltando aos cabelo....

Dei pouca importância quando disseram que meu cabelo iria cair por causa da gastroplastia, chegou o terceiro mês e tudo maravilhoso, devo admitir que no primeiro mês meu cabelo parecia mais saudável, forte, brilhante e macio e logo pensei que fosse por conta das mudanças alimentares.... e era.

Mas ai quarto mês chegou e o desespero passou a fazer parte dos meus dias, acordava com bolos de cabelo no travesseiro, passava a mão na cabeça e era tanto cabelo que vinha junto que em alguns dias eu chorei.. E para lavar o cabelo? O ralo ficava tão cheio de cabelo que parecia até um pano cobrindo o ralo. Eu poderia jurar que fiaria careca em 2 ou 3 meses se o ritmo continuasse aquele.

E fiquei... não por completo, mas do lado da orelha esquerda eu tive falhas severas no couro cabeludo que não dava nenhum sinal que iria se recompor e voltar a nascer qualquer coisa ali, meu cabelo bem ralinho, sem volume., tão triste. Ainda não me via como uma pessoa mais magra e ainda achava que ficaria careca.

Em uma das consultas me encontrei com outra operada que estava ali no consultório porque a falha no couro cabeludo era tão grande que ela precisava de um acompanhamento especial. Fiquei em pânico.

No consultório a médica me receitou biotina, para ajudar com a cabeleira e as unhas fracas (que também são comuns após cirurgia).

Os dias se passaram e o cabelo continuava a cair, mas ao contrário de muitas eu evitei cortar, deixei ele lá.. estranho, ralo, falho.. mas não queria abrir mão do cabelo e não cortei, só aparava alguns centímetros.

Os meses passaram e por volta do oitavo mês o cabelo parou de cair, pelo menos a intensidade era mínima beirando a normalidade e com o tempo fios novos começaram a surgir. A partir daí toda visita ao cabeleireiro eu era indagada do que havia feito para meu cabelo estar tão curto em algumas áreas e tão longo em outras.

Tentei manter o cabelo o mais saudável possível, banhos de creme caseiro, pouca química... pintei o cabelo apenas 1x depois da operação, mas ele não foi mais o mesmo....

Essa semana fiquei cansada de ver metade do cabelo de um tamanho e a outra de outro e enfim cortei, curtinho. Não que essas falhas fossem visíveis a olho nu... pra ver tinha que apalpar, mexer. Enfim, somente eu percebia, mas me incomodava muito. E agora a tendência é que eu passe alguns meses cortando curto, até o cabelo começar a crescer por igual. Veremos...

No mais futuras operadas, não se desesperem... eles param de cair :)

Mostro o cabelo novo no próximo post dia 07/12 -> 1 ano de cirurgia.
Vou ver se mostro uma foto de antes e depois... vamos ver se crio coragem.

bjs